:: Uma experiência para a vida toda ::

Mês passado, Rebecca e eu ainda não conhecíamos o "Seu Irineu", nem o "Seu Antônio", nem o "Seu João"... e jamais os teríamos conhecido, não fosse a viagem que fizemos para Barra do Ararapira, uma ilha de pescadores situada no Paraná.

15 horas de carro, 4 horas de barco, nenhum sinal de celular e o modo urbano e confortável de viver nos separavam desses três homens.

Três irmãos, três pescadores.
Três senhores.
Mas mil histórias pra contar.

Mãos calejadas, rugas na face.
Sorriso no rosto.
E muita simplicidade no falar.

"Seu Irineu", o caçula, começou a pescar desde os 9 anos de idade - ofício que aprendera desde cedo com seu pai para sobreviver. Hoje, "Seu Irineu", um exímio sobrevivente, tem 65. Foi ele quem primeiro abriu a porta de sua casa para nos receber e nos fez o convite para nela entrar.

Mas antes do carinhoso convite, a conversa começou conosco ainda do lado de fora da casa e ele do lado de dentro, debruçado sobre sua janela - lugar onde, religiosamente, todas as manhãs, observa quietinho a indescritível paisagem do rio que se mistura sutilmente ao mar.

Foi ali que a gente, que ainda não se conhecia, sutilmente se misturou. Ali, a poucos metros daquela aquarela natural que só mesmo o Criador poderia ter pintado na tela do cosmos, Deus resolveu nos unir.

- "Entra, vocês não querem entrar?", disse calmamente "Seu Irineu", depois de alguns minutos de conversa. Imediatamente, abriu a porta de sua humilde casa de madeira, como quem não aceitasse uma recusa do convite.

Como nos foi recomendado pelo missionário local, antes de entrar na casa de "Seu Irineu", Rebecca e eu tiramos nossos calçados: costume local que denota respeito. Mas talvez não só. Talvez, simbolicamente, assim o seja também porque toda comunhão com Deus e com o próximo seja um lugar digno de ser chamado "terra santa" e, como tal, merecedor de que seus visitantes tirem as sandálias dos próprios pés.

Essa mesma cena - das conversas antes e pós-janela, do convite despretensioso e dos calçados fora dos pés - se repetiu por mais três ou quatro vezes, exatamente da mesma forma, ao longo dos cinco dias que passamos naquela ilha.

Foi ali, naquela casinha de madeira por ele mesmo construída ao longo de 4 penosos anos, que nós nos misturamos...e a partir da qual creio que jamais iremos nos separar.
"Seu Irineu" só queria conversar.

Como alunos de Jesus, tivemos uma aula magna prática sobre algo que o Mestre sabia fazer - e sempre fez - como ninguém: ser ouvidos para quem há muito tempo não sabia o que era ter voz.

Você pode até pensar que o custo-benefício da viagem não valeu a pena: 19 horas de transporte-3 pessoas. Na calculadora do Reino, a contabilidade é outra. Pessoas nunca não são números...são sempre pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus. Com Jesus, quem perde tempo fazendo conta não tem tempo para amar. Uma vida sempre é o bastante.

Obrigado, Pai, por mais esta experiência na caminhada contigo. Experiência simples e viva o suficiente para, como Cristo, nos marcar profundamente por toda a vida!

Por Fernando Khoury

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