No início, são só palavras. Cartas e poesias trocadas buscando demonstrar a intensidade do amor que se sente. Telefonemas ao longo do dia com o único objetivo de matar um pouco da saudade que nunca acaba.
Tempos em que ouvir a voz do outro traz refrigério, realização, paz.
No início, são só gestos. Andar de mãos dadas, não importa onde. Abraçar e trocar pequenos beijos, não importa a hora do dia.
Tempos em que sentir o toque do outro traz calafrio, completude, felicidade.
Tempos em que sentir o toque do outro traz calafrio, completude, felicidade.
No início, são só surpresas. As flores recebidas de forma inesperada na sala de aula. Um presente dado sem haver comemoração de qualquer aniversário.
Tempos em que se busca surpreender o outro através de pequenos detalhes.
Tempos em que se busca surpreender o outro através de pequenos detalhes.
No início, são só descobertas. Conhecer as qualidades, as manias, os segredos do outro. Rir dos defeitos e das frases bobas. Saber do que o outro gosta.
Tempos em que cada dia um novo horizonte se abre com cores nunca antes vistas.
Tempos em que cada dia um novo horizonte se abre com cores nunca antes vistas.
Momentos em que todo o tempo do mundo é muito pouco para demonstrar o que se sente.
Momentos em que cinco horas acabam em apenas cinco minutos.
Momentos em que a vida começa a fazer mais sentido.
Momentos em que cinco horas acabam em apenas cinco minutos.
Momentos em que a vida começa a fazer mais sentido.
No início, todas essas pequenas coisas nascem do amor. É como se o amor fosse a semente de uma grande árvore, que só é capaz de crescer e gerar frutos se alimentada por esses nutrientes. O problema é que, com o passar do tempo, a gente se acostuma a amar. E a gente se engana ao achar que aquela árvore que já está crescida e frondosa não precisa mais dos nutrientes de outrora. E, com o passar do tempo, os frutos ficam menos verdes, as folhas perdem o brilho e a vida, sua beleza.
A gente se acostuma a não sentir mais aquela saudade que aperta o peito, a não escrever mais cartas e poesias apaixonadas, a não ligar para o outro várias vezes ao dia. A gente se acostuma a não andar mais de mãos dadas, a não trocar pequenos gestos de carinho. Aos poucos, a gente vai se tornando imune à saudade, insensível ao toque.
A gente se acostuma a não mandar mais flores, a não dar mais presentes fora de hora. A gente se acostuma com as características do outro, a não rir dos seus defeitos e de suas frases bobas... a gente se acostuma com outro. E, pouco a pouco, a gente se torna desinteressado pelos detalhes, cego para os novos horizontes e suas múltiplas cores.
A verdade é que as palavras, os gestos, as surpresas e as descobertas nunca acabam. A gente é que para de procurar por eles. A gente é que para de lançar esses nutrientes à terra para que a árvore do amor continue crescendo de forma plena e viçosa.
O verdadeiro amor deve conciliar a simplicidade e a novidade do amor juvenil com a profundidade e a experiência do amor maduro. O amor juvenil não se cansa de se apaixonar e de conhecer o novo. O amor maduro, por sua vez, não se alimenta de novidades: aprende a desaprender para aprender novamente, a descobrir o que já se conhece e a enxergar de um jeito novo paisagens antes já vistas, mas sempre admiradas. Por isso, lute e relute, mas não abandone... Não abandone as palavras. Não abandone os gestos. Não abandone as surpresas. Não abandone as descobertas. Enfim, não abandone o amor.
---
P.S.: Esse texto se refere também ao seu relacionamento com Deus. Então, se o seu amor por Ele esfriou, cuidado: você provavelmente parou de fazer uso dos nutrientes na sua vida espiritual. Use as palavras( Oséias 14.2, I Coríntios 13.1) e os gestos ( Mateus 25.35, I João 3.18). Fique atento às surpresas ( I Coríntios 2.9, Lucas 21.34) e às descobertas ( Salmos 34.8, Isaías 26.8 e 9).
0 Responses
Postar um comentário
Assinar:
Postar comentários (Atom)