:: A parábola da ovelha rica perdida :: (uma outra releitura livre de Lc 15.1-6)



“Todos os marginalizados da sociedade estavam se reunindo para ouvir Jesus.
Mas os líderes religiosos, que se achavam santos, únicos portadores da Palavra e inerrantes no cumprimento religioso dos rituais espirituais, o criticavam, dizendo: “Este homem recebe pecadores e até come com eles!”.

Então Jesus lhes contou esta parábola:

"Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?

- Depende, amado mestre!, gritou um dos líderes, interrompendo Jesus no meio de sua fala. 
-Depende, claro, do dízimo da ovelha perdida.

- Se a ovelha que se perdeu costuma contribuir com um dízimo alto, prontamente largarei as noventa e nove e irei atrás dela. Afinal, a igreja-instituição possui contas a pagar.

- Mas se a ovelha perdida é aquela viúva pobre que, ainda que tenha dado tudo que tinha, deu apenas duas pequenas moedas de pouquíssimo valor, não largo as outras noventa e nove não. Afinal de contas, tudo que ela tinha pra oferecer ainda era muito pouco. As outras noventa e nove são muito mais importantes para a igreja-instituição honrar seus compromissos e pagar suas contas - o que inclui, claro, receber o meu salário em dia.

- E, certamente, quando eu encontrar a ovelha rica que se perdeu, irei carregá-la alegremente em meus ombros e trarei ela de volta pra igreja. Ao chegar, reunirei meus amigos e vizinhos e direi: 'Alegrem-se comigo, pois uma das minhas ovelhas dizimistas ricas estava perdida e foi achada. Festejemos, pois meu salário não atrasou e, agora, poderemos dar início à nossa quinta campanha da troca do ar-condicionado!"

Jesus, como se não acreditasse, abandonou os líderes religiosos à sua própria miséria de alma, e disse-lhes:

"Eu digo que haverá mais alegria no céu por um pastor que ame sua ovelha simplesmente por aquilo que ela é, e não por aquilo que ela tem, do que por um pastor que apenas vê suas ovelhas como ativos e passivos numa simplória relação financeira de custo-benefício. Pois quem perde tempo fazendo conta não tem tempo para amar.”


Por Fernando Khoury
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